quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Acerca do consumo energético necessário para atender ao conforto térmico dos edifícios "modernos"

Nos dias de hoje, o conforto térmico dos edifícios já não é pensado nos mesmos moldes que antigamente. Se antes uma das questões fulcrais do projecto dos edifícios relacionava-se a beneficiar os espaços projectados de uma ventilação natural e suficiente para dispensar o uso de ventilação artificial, hoje em dia, igualmente à inversão de prioridades e valores da sociedade moderna, também procede-se de maneira inversa ao munir os edifícios projectados de quase nenhuma ventilação natural e de ventilação artificial por vezes excessiva.
É importante atentarmos para o facto de que quanto mais aparelhos de ar condicionado existirem no edifício, maior será a quantidade de energia consumida pelo mesmo! E, se uma cidade possuir cada dia mais edifícios semelhantes, terá que ser capaz de produzir cada vez mais energia para atender a essa crescente demanda energética.
Isso sem falar na questão estética decorrente dessa crescente proliferação de aparelhos de ar condicionado nas fachadas dos edifícios "modernos", o que muitas vezes é feito de maneira independente, e que acaba por provocar um choque entre a localização dos aparelhos e a localização dos elementos verticais de desenho dos alçados, tendo em conta que os alçados resultam do somatório dos vários elementos verticais do edifício.
Assim sendo, nos dias que correm, essa troca entre o interior & o exterior dos edifícios, essa renovação do ar entre o espaço interno e o externo, não é prevista, chegando até por vezes a ser considerado como indesejável, uma vez que se considera que o clima encontra-se cada vez mais inóspito, desejando-se por isso que os ambientes internos sejam inteiramente planeados e programados aos mínimos detalhes.

Esse desequilíbrio entre o ambiente interno das edificações e o ambiente exterior é a questão que quero aqui analisar.


Concluímos então que edifícios com ventilação e consequentemente conforto ambiental deficiente implicam no uso de equipamentos de ventilação artificiais, o que por sua vez, terá consequências directas no aumento de consumo de energia do edifício, assim como o excesso de aparelhos de ar condicionado que passarão a ser fixados ao longo de sua fachada.

Infinite Atelier – Arquitectura, Urbanismo & Arte gráfica – Janeiro 2014
Arqº Nilton de Melo Spencer L. Santos - Sócio-Gerente
Infinite - Criando Infinitas possibilidades

4 comentários:

  1. sr nilton, mas desde quando arquiteto entende de ar condicionado, ventilação artificial e demanda energética?

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    1. Caro Sr. Anónimo: desde que tive uma disciplina chamada "Conforto Ambiental" na Universidade. Por essa razão todo Arquitecto tem conhecimento de causa com relação a esse tema. Obrigado pela sua visita & Apareça sempre! Abraço!

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  2. Muito bom o seu artigo, Sr. Arquitecto! Eu realmente nunca havia pensado no aparelho de ar condicionado sob esse ponto de vista: que podia atrapalhar a estética do edificio. Meus parabéns!

    Estudante arquitectura

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    1. Muito agradecido pela sua análise do meu artigo. Meus votos de sucessos nos seus estudos. Obrigado pela sua visita & volte sempre que puder!

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