quarta-feira, 6 de janeiro de 2010




Sonhe como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer amanhã.James Dean




Abstraio um pouco dos temas habituais deste blog...em homenagem a essa época fabulosa que é o final-de-ano. Afinal nada é sempre igual, & quem decide aqui sou eu. Por isso posto aqui um texto meu do 31º dia de Dezembro de 2009.

Final-de-ano tem uma influência diferente sobre minha pessoa. A imagem de uma chuvinha fina caindo sobre folhas levemente avermelhadas vem sempre na minha mente, ao acordar. Toda a poesia do mundo sob a forma de gotas frias e silenciosas. Um tipo de melodia diferente ecoa entre meus ouvidos. Algo melancólica e estranha, embora bastante familiar. Ela me desconecta do mundo real por alguns dias, elevando-me a um outro nivel, me fazendo pensar, analisar, relembrar e reviver momentos passados. Tão intensamente a ponto de conseguir ver meus próprios erros. Coisas pequenas às vezes. Às vezes nem por isso. Um ciclo que termina num outro que se inicia. O que mudou. Aquilo que perdi. O que ganhei. Os lugares que pude conhecer, reais ou não. Palavras que poderia não ter dito. Se poderia ter feito melhor. O quanto mudei. O avançar de meu grau de miopia. Coisas que quase conseguiram me tirar da linha, e aquelas que porventura tenham conseguido. A atriquia. Os desenhos que fiz. Pessoas que conheci sem planear e qual o significado que isso poderá ter. A morte de familiares; e o modo como conseguem transformar o vazio em algo tão pesado. Pequenas derrotas e o gosto amargo que me deixaram no fundo da boca. Músicas que me tocaram. A leitura que faço do que vi, ouvi, senti. O que escrevi. O que fiz e não faria. As vitórias alcançadas, e o seu sabor sublime. As alegrias ainda não alcançadas - Planos. Nesta época sou só planos. Penso o impensável. Planeio o nada planeável...e sonho. Os sonhos mais absurdos possíveis. São meus. Todos meus. Porque viver é sinónimo de sonhar. Carpe diem. No máximo significado. Seja bom ou menos bom. Muito ou pouco. É meu. É pra isso que aqui estou. Viver é isso mesmo. “Viver é desenhar sem borracha”. Descansem em paz. Dentro de mim ao menos. Fazer o meu melhor. Sempre. Não existe plano melhor, eu penso, sentado de frente pro mar.