Nos dias de hoje, o conforto térmico dos
edifícios já não é pensado nos mesmos moldes que antigamente. Se antes uma das
questões fulcrais do projecto dos edifícios relacionava-se a beneficiar os
espaços projectados de uma ventilação natural e suficiente para dispensar o uso
de ventilação artificial, hoje em dia, igualmente à inversão de prioridades e
valores da sociedade moderna, também procede-se de maneira inversa ao munir os
edifícios projectados de quase nenhuma ventilação natural e de ventilação
artificial por vezes excessiva.
É importante atentarmos para o facto de que
quanto mais aparelhos de ar condicionado existirem no edifício, maior será a
quantidade de energia consumida pelo mesmo! E, se uma cidade possuir cada dia
mais edifícios semelhantes, terá que ser capaz de produzir cada vez mais
energia para atender a essa crescente demanda energética.
Isso sem falar na questão estética decorrente
dessa crescente proliferação de aparelhos de ar condicionado nas fachadas dos
edifícios "modernos", o que muitas vezes é feito de maneira
independente, e que acaba por provocar um choque entre a localização dos
aparelhos e a localização dos elementos verticais de desenho dos alçados, tendo
em conta que os alçados resultam do somatório dos vários elementos verticais do
edifício.
Assim sendo, nos dias que correm, essa
troca entre o interior & o exterior dos edifícios, essa renovação do ar
entre o espaço interno e o externo, não é prevista, chegando até por vezes a
ser considerado como indesejável, uma vez que se considera que o clima
encontra-se cada vez mais inóspito, desejando-se por isso que os ambientes
internos sejam inteiramente planeados e programados aos mínimos detalhes.
Esse desequilíbrio entre o ambiente interno
das edificações e o ambiente exterior é a questão que quero aqui analisar.
Concluímos então que edifícios com
ventilação e consequentemente conforto ambiental deficiente implicam no uso de
equipamentos de ventilação artificiais, o que por sua vez, terá consequências
directas no aumento de consumo de energia do edifício, assim como o excesso de
aparelhos de ar condicionado que passarão a ser fixados ao longo de sua
fachada.
Infinite Atelier – Arquitectura, Urbanismo & Arte gráfica – Janeiro 2014
Arqº Nilton de Melo Spencer L.
Santos - Sócio-Gerente
Infinite - Criando Infinitas
possibilidades